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Date

  • December 14, 2001

Speaker

Abstract (in Portuguese)

Estudos sobre a entoação desenvolvidos para várias línguas têm demonstrado que os padrões entoacionais, tanto globais como locais, são importantes índices para a estruturação sequencial e hierárquica do contínuo de discurso, permitindo marcar diferentes níveis de coesão/disjunção entre constituintes prosódicos consecutivos. Nesta comunicação mostrar-se-á que, para dar conta dos padrões entoacionais do Português Europeu, tanto na fala espontânea como na fala preparada, é necessário ter em consideração, pelo menos, três níveis de agrupamento de natureza melódica. Esta estruturação multi-nível abrange constituintes de extensões muito diferentes e nem sempre é visualmente acessível com base na simples observação de espectrogramas e curvas de Fo. Torna-se, no entanto, claramente evidente quando se procede a uma estilização dessas curvas que permita captar as relações entre as sílabas acentuadas consecutivas em intervalos de tempo relativamente longos e pôr em destaque os movimentos fundamentais para o agrupamento e segmentação de constituintes. O modo como os constituintes a cada um dos níveis acima referidos são escalonados entre si, assim como a relação estabelecida entre algumas características da variação de Fo e o tipo de fronteira prosódica, sugerem a existência de mecanismos de planeamento tanto local como global em ambas as situações de produção de fala. Para a fundamentação deste mecanismos, reveste-se de particular importância a variação posicional da extensão e o escalonamento dos movimentos de Fo, sistematicamente implementados no final dos contituintes a todos esses níveis e que contribui não só para distinguir se um enunciado está ou não completo, mas também para antecipar o fim próximo das unidades discursivas.

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