Propriedades

Os representantes providenciam um conjunto de propriedades bastante interessantes, que se passam a apresentar:

Encapsulamento

Cada representante, associado a um serviço, comporta-se como uma caixa preta. O serviço é acessível apenas através do representante. A estrutura interna do representante não é visível fora deste.

Localidade

Num sistema distribuído, é conseguida uma forma de transparência de rede, uma vez que o representante é local. Alguns pedidos podem inclusivamente ser respondidos localmente pelo representante. Outra possibilidade é a manutenção de estado, permitindo que o servidor não necessite de manter esse estado, se os clientes o mantiverem.

Protocolo de Acesso

Cada representante de um serviço determina, por cliente, uma ordenação das chamadas. Como exemplo, pode considerar-se a sequência pedido-- resposta-- acesso-- libertação de utilização de um recurso.

Capacidade

Um representante pode ser utilizado para realizar controlo de acesso, validação de argumentos, ou o direito de execução de determinadas operações. O comportamento é completamente programável. Partindo do princípio de que o código correspondente ao representante (presente no código da aplicação), não é adulterável.

Adaptação

Um representante é um adaptador, na mesma acepção em que este termo é utilizado nos sistemas de chamadas a procedimentos remotos. Num sistema distribuído, faz o empacotamento de parâmetros e executa o acesso à rede.

Comunicação Segura

Um representante é criado pelo próprio serviço ao qual vai dar acesso. Assim, toda a comunicação para o serviço provém de uma entidade de confiança. A complexidade do servidor pode, por isso, ser reduzida.

Embora a ideia inicial, por detrás da concepção dos representantes, seja a de estruturar sistemas distribuídos, a generalização da funcionalidade é fácil de conseguir. Outros sistemas utilizam versões de representantes que, não diferindo muito nos conceitos básicos, são utilizados para executar funções várias. A identificação representante-adaptador é particularmente importante para alguns casos. Vários trabalhos utilizando esta tecnologia e posteriores desenvolvimentos têm sido levados a cabo pelo grupo liderado por Marc Shapiro (INRIA/SOR), e.g. SSP Chains [Maisonneuve et al., 1992,Marc Shapiro et al., 1992] e outros trabalhos no mesmo campo [Ferreira & Shapiro, 1993].